Meia Noite em Paris

(Antes de prosseguirem a leitura saibam: não costumo escrever reviews de filmes, é minha primeira vez...)

Acabei de ver o filme. Recomendo, mas com moderação. Explico.

Apesar de estar sendo comercializado como uma comédia, não é o tipo de comédia que o grande público acharia muita graça. Na verdade, se você não está familiarizado com os nomes Hemingway, Fitzgerald, Rodin, Degas, Dalí e Buñuel, talvez tenha que fazer um esforço a mais para entender o que está de fato passando e perca algumas referências. Mas nada que faça o filme impossível de ser visto ou entendido, apenas menos interessante.

Os famosos diálogos de Woody Allen, ainda se encontram vivos no filme. Só que dessa vez, um pouco esteriotipados pela História (com H maiúsculo) de seus personagens (supracitados).

Como o meu objetivo aqui não é fazer uma review cinematrográfica, passo adiante o assunto (sintam-se livres para postar comentários com as suas idéias).

Na verdade, o que me faz escrever sobre esse filme aqui é a ambientação parisiense que Woody Allen conseguiu dar ao filme. Não resisti às imagens e quase fiquei com vontade de voltar na cidade em breve.

Quase.

Como uma viajante pobre menos privilegiada socialmente, Paris não foi nada legal comigo. Escolhi um péssimo hotel, em um péssimo bairro (Chateau D`Eau), a comida foi muito cara e os estrangeiros da cidade foram estremamente hostis comigo (pasmem, achei os franceses até simpáticos).

No entanto, o filme conseguiu me convencer de que há um lado de Paris ainda a ser descoberto por mim. Algumas curvas em ruas estreitas, baguetes que não comi, músicas ainda por serem ouvidas, pessoas a cumprimentar, lojas por serem observadas, uma sombra diferente da torre. Achei que Woody Allen conseguiu mostrar um lado muito doce, muito charmoso de uma maneira inesperada e pouco pretenciosa.

Fui ver o filme para ver Allen e acabei flertando com a cidade. Amei. Foi mais ou menos como chegar em casa sem muita fome, abrir a geladeira e achar um pote gigante de gelatina colorida bem gelada. Não é sua sobremesa favorita, mas é gostosa, é divertida e não engorda; te faz sorrir.